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30/09/2009

Como entender Cristo na Hóstia Consagrada




Só Deus pode 'transubstanciar'

Em todo ser há um conjunto de coisas que podem mudar, como o tamanho, a cor, o peso, o sabor, etc., e um substrato permanente que, conservando-se sempre o mesmo, caracteriza o ser, que não muda. Esse substrato é chamado substância, essência ou natureza do ser. Em qualquer pedaço de pão há coisas mutáveis: a cor, tamanho, gosto, o sabor, a posição, sem que a substância que as sustenta mude; esta substância ninguém vê; mas é uma realidade. Assim, há homens de cores diferentes, feições diferentes, etc.; mas todos possuem uma mesma substância: uma alma humana imortal, que se nota pelas suas faculdades, as quais os animais não têm: inteligência, liberdade, vontade, consciência, psique, entre outros.
Quando as palavras da consagração são pronunciadas sobre o pão, a substância deste muda ou se converte totalmente em substância do Corpo humano de Jesus (donde o nome "transubstanciação"), ficando, porém, os acidentes externos (aparências) do pão (gosto, cor, cheiro, sabor, tamanho, etc.); sendo assim, sem mudar de aparência, o pão consagrado já não é pão, mas é substancialmente o Corpo de Cristo. O mesmo se dá com o vinho; ao serem pronunciadas sobre ele as palavras da consagração; sua substância se converte na do Sangue do Senhor, pelo poder da intervenção da Onipotência Divina.
Isso explica como o Corpo de Cristo pode estar simultaneamente presente em diversas hóstias consagradas e em vários lugares ao mesmo tempo. Jesus não está presente na Eucaristia segundo as suas aparências, como o tamanho ou a localização no espaço. Uma vez que os fragmentos de pão se multiplicam com a sua localização própria no espaço; assim onde quer que haja um pedaço de pão consagrado, pode estar de fato o Corpo Eucarístico de Cristo.
Uma comparação: quando você olha para um espelho, aí você vê a imagem do seu rosto inteiro; se quebrá-lo em duas ou mais partes, a sua imagem não se quebrará com o espelho, mas continuará uma imagem inteira em cada pedaço.
É preciso, então, entender que a presença de Cristo Eucarístico pode se multiplicar, sem que o Corpo do Senhor se multiplique. Isso faz com que a presença do Cristo Eucarístico possa multiplicar (sem que o Corpo d'Ele se multiplique) se forem multiplicados os fragmentos de pão consagrados nos mais diversos lugares da Terra. Não há bilocação nem multilocação do Corpo de Cristo.
O Corpo de Cristo, sob os acidentes do pão, não tem extensão nem quantidade próprias; assim não se pode dizer que a tal fragmento da hóstia corresponda tal parte do Corpo de Cristo. Quando o pão consagrado é partido, só se parte a quantidade do pão, não o Corpo de Jesus.
Assim muitas hóstias e muitos fragmentos de hóstia não constituem muitos Cristos – o que seria absurdo – , mas muitas "presenças" de um só e mesmo Cristo. Analogamente a multiplicação dos espelhos não multiplica o objeto original, mas multiplica a presença desse objeto; também a multiplicação dos ouvintes de uma sinfonia não multiplica essa sinfonia, mas apenas a presença desta.
Por essas razões, quando se deteriora o Pão Eucarístico por efeito do tempo, da digestão ou de um outro agente corruptor, o que se estraga são apenas os acidentes do pão: quantidade, cor, figura, entre outros, e nesse caso, o Corpo de Cristo deixa de estar presente sob os Véus Eucarísticos; isso porque Nosso Senhor Jesus Cristo quis que, nas espécies ou nas aparências de pão e vinho, garantir a Sua presença sacramental, e não nas de algum outro corpo.
A fé católica ensina uma conversão total e absoluta da substância do pão na do Corpo de Cristo; o Concílio de Trento rejeitou a doutrina de Lutero, que admitia a “empanação” de Cristo: empanação, segundo a qual permaneceriam a substância do pão e a do vinho junto com a do Corpo e a do Sangue de Cristo; o pão continuaria a ser realmente pão (e não apenas segundo as aparências), o vinho continuaria a ser realmente vinho (e não apenas segundo as aparências), de tal sorte que o Corpo de Cristo estaria como que “revestido” de pão e vinho. Para o Concílio de Trento e, para a fé católica, esse tipo de presença de Cristo na Eucaristia é insuficiente; é preciso dizer que o pão e o vinho, em sua realidade íntima (substância), deixam de ser pão e vinho para se tornarem a realidade mesma do Corpo e do Sangue de Cristo.
Assim como na criação acontece o surgimento de todo o ser, também na Eucaristia há a conversão de todo o ser. Essa “conversão de todo o ser” é “conversão de toda a substância” ou “transubstanciação”.
Assim como só Deus pode criar (tirar um ser do nada), só Deus pode “transubstanciar”; ambas as atividade supõem um poder infinito que só o Senhor tem.
Para entender um pouco melhor o milagre da Transubstanciação podemos dizer ainda o seguinte: No milagre da Multiplicação dos Pães, Jesus mudou apenas a espécie do pão (no caso a quantidade), mas não mudou a sua natureza, continuou sendo pão. Quando Ele fez o milagre das Bodas de Caná, mudou a natureza da água (passou a ser vinho) e mudou também a sua espécie (cor, sabor, etc); no milagre da Transubstanciação, o Senhor muda apenas a natureza do pão e do vinho (passam a ser seu Corpo e Sangue) sem mudar a espécie (cor, sabor,cheiro, tamanho, etc.).
Tudo por amor a nós; Ele, o Rei do universo, se faz pequeno, humilde, indefeso... nas espécies sagradas do pão e do vinho, para ser nosso alimento, companheiro, modelo, exemplo, força, consolação...
Fonte: Professor Felipe Aquino ( www.cleofas.com.br)

21/09/2009

O que seria Cura Interior???

O QUE É CURA INTERIOR?
O fenômeno conhecido como cura interior tem dois objetivos. O seu objetivo primário e espiritual é estender o senhorio e poder de cura de Cristo ao nosso passado, afetando mesmo a nossa experiência antes da conversão. O objetivo secundário e psicológico é portanto nos libertar de qualquer cativeiro emocional e psicológico que a nossa experiência passada possa ter produzido. Os teóricos da cura interior defendem que os bloqueios emocionais e os padrões habituais de comportamento (com os seus frutos negativos de frustração, derrota e fraca auto-imagem) nos impedem de atingir a vida abundante que Jesus prometeu. Portanto, eles concluem que, um esforço especial deve ser feito para curar estas feridas interiores, de forma que possamos ser libertos das diversas coisas que podem constringir e empobrecer as nossas vidas. Em resumo, o objetivo geral da cura interior pode ser descrito como uma espécie de “santificação retroativa”.O propósito geral do movimento de cura interior é claramente de natureza pastoral. Desta forma, ele defende que a “cura das memórias” normalmente ocorra num aconselhamento de base individual, ou em pequenos grupos. Considera-se essencial que os dons do Espírito Santo estejam em operação, particularmente os dons de discernimento e cura. Ao indivíduo que está buscando sua cura será pedido que reviva seu passado através da imaginação. Isto geralmente envolve um “retorno” ao ponto-problema - um encontro traumático ou assustador que moldou a auto-imagem e o comportamento da pessoa e também porque este ponto se alojou em camadas profundas de sua psique. À medida em que o “paciente” imaginativamente recria o ponto-problema, com toda sua intensidade emocional, eles dizem ao paciente para imaginar que Jesus está lá (naquela situação). Presume-se que a presença imaginativa de Jesus traga Seu amor e poder de cura para relacionamentos perturbados com os pais e companheiros, os quais são muito poderosos para que o indivíduo dê conta dos mesmos sozinho.O que devemos fazer com estes fundamentos, teorias e técnicas que os acompanham? Na verdade, o que devemos fazer com os “ministros e ministérios da cura interior”? A época em que vivemos, com sua orientação voltada para o experiencial, tende a gerar um entusiasmo desqualificado por experiências de cura interior dentro de alguns setores da comunidade cristã. Infelizmente, esta mesma tendência tem efeito oposto em outros cristãos, que vêem como muito suspeitas tais experiências e a fascinação acrítica despertada por elas. Na maioria dos casos, não existe uma única resposta simples. A época em que vivemos é caracterizada pela crescente complexidade da vida em todos os níveis - econômico, material, moral e intelectual. À medida em que novas e antigas idéias se proliferam, elas influenciam o pensamento cristão de várias formas. Algumas têm mais validade que outras; muitas são completamente inaceitáveis. Nós devemos estar preparados para encarar conceitos não-familiares e pacientemente e em oração desvendar tanto as suas fontes bem como a suas implicações. Este processo pode ser frustrante e cansativo, mas sua necessidade é cada vez mais crescente.Dentro disto, nós podemos comentar que a cura interior é um fenômeno complexo e altamente variável. Não é possível nem endossá-la, nem condená-la cegamente. É possível, entretanto, identificar e avaliar aqueles elementos que influenciam as teorias e as terapias dos que praticam a cura interior.
“Nossa vida interior é uma parte crítica de nossa identidade pessoal, e portanto a necessidade para a cura das emoções e memórias sempre fez parte da nossa condição humana.”

VEM AIIIII...


São Miguel, Rafael e Gabriel


No Evangelho de hoje, (do dia dos Santos Anjos Miguel, Gabriel e Rafael) a Palavra nos conta a história de Natanael, Jesus o havia visto sob a figueira, ao ser apresentado Jesus lhe diz: antes que Felipe lhe chamasse eu lhe vi quando estavas sob a figueira. Natanael diz lhe, verdadeiramente tu és o filho de Deus, o rei de Israel. Jesus lhe diz, porque disse que te vi sob a figueira tu crês? Pois verás o filho de deus, vindo do céu e anjos subindo e descendo sobre ele. Um santo da igreja vai nos explicar muito bem, que os anjos se deslocam muito rápido, do céu para a terra, e muito rápido porque eles não tem corpo físico.Muito antes de Deus criar o homem Deus os fizera. Eles não são Deus, eles obedecem a Deus. São suas criaturas. Na homilia o padre vai falar sobre a batalha no céu. Eu vou falar sobre o que os anjos são e fazem. O que vou falar vem do tratado de Santo Tomás, o doutor angélico.Eles são criaturas de Deus, são puro espírito, não são iguais a Deus, mas também não são iguais aos homens. Na homilia, mais tarde, veremos a batalha no céu, e veremos melhor que eles são livres para tomarem a decisão deles, por Deus ou por não Deus. Mas que uma vez que seja tomada esta decisão, não tem como voltar atrás, pois sua vontade é diferente da nossa. Na nossa vontade, na nossa decisão, podemos voltar atrás, pedir perdão, confessar. E os anjos tomaram sua decisão. Aqueles que não aceitaram a Deus, foram para o inferno, por toda a eternidade estarão fixados por esta escolha de ódio que fizeram. Por outro lado os que deram sim a Deus passarão o resto da eternidade a louvar, adorar e servir a Deus por toda a eternidade, e também para servir a nós humanos. Sim, os anjos de Deus estão a serviço de Deus, mas também do homem, a serviço de nossa salvação em obediência à vontade de Deus. À vontade de Deus e não a nossa. Portanto o que pedires aos anjos ele vai fazer se for a vontade de Deus. E nem tudo que é a sua vontade é a de Deus. Os anjos têm vontade diferente da nossa. São vários os testemunhos que podemos dar sobre os anjos, e testemunhos que acontecem no dia a dia na sua vida também:Agora no último dia 23, dia de são padre Pio, queria assistir a missa do santo e não queria perder por nada. A missa iniciaria às 18h30, já estava quase na hora e a carona nada de passar. Pedi ao anjo: “santo anjo, você sabe que não fui à missa porque queria assistir a celebração com Padre Antônio em honra de São Pio, já são 18h10, eu não tenho como resolver o problema, mas você tem.” Liguei pro padre, e ele disse que não iria dar tempo de eu chegar; eu respondi “eu tenho anjo”, eram já 18h30 a missa estava começando em Fortaleza, e saímos nessa hora do Aquiraz, e nesse horário demora quase 1 hora para chegar a Fortaleza. Mas o anjo foi nos dado para ajudar-nos a fazer a vontade de Deus, eu sabia que com sua ajuda iria conseguir chegar a missa. Chegamos as 19h20, a lógica era que eu tivesse perdido a missa ... não sei como mas às 17h20 chegamos, e estava ainda no ofertório. O anjo tem esse poder, de mudar o tempo para fazermos a vontade de Deus. E ele tem este poder na sua vida também. Em 2 de janeiro de um ano, o padre Jonas estava em fortaleza para uma reunião, e ia voltar para sua terra logo neste período depois do ano novo. Dissemos nessa época que não tem ninguém na estrada, sua viagem era Às 10 horas. Naquela tempo o aeroporto Pinto Martins era um aeroporto pequeno e simples, saímos antes de nove horas , mas o engarrafamento era enorme, era grande demais, dissemos padre jonas e agora. Ele disse calma, vamos pedir aos anjos um milagre de Deus. Quando chegamos, no meu relógio eram 10h20, e estava no alto falante a última chamada do vôo para as 10 horas, quando entrou , fui ao balcão “minha senhora, este vôo está atrasado?”, “ Não está no horário são 10 horas”. Então parei de tentar compreender e fui agradecer a Deus, pois os anjos fazem isso. São Tomás de Aquino diz, os anjos têm nove coros, são miríades de miríades,hoje diríamos bilhões, trilhões de anjos. Não sabemos quantos existem, mas cada pessoa tem seu anjo da guarda, cada pais tem seu anjo, cada cidade , tem seu anjo, cada família tem seu anjo. O único país que celebra a festa do anjo do país é Portugal, os outros países todos ignoram. E mesmo nós aqui, pode ser que muitos de nós nunca tenhamos pedido ajuda ao nosso anjo, mas diz são tomas que existem nove coros. Alguns que estão mais perto de Deus e outros mais a serviço dos homens. Serafins, querubins, tronos, dominações, potestades, virtudes, principados, arcanjos e anjos. Cada coro desse tem milhares, milhões, bilhões de anjos. Chamamos tudo de anjo, de modo geral, mas existem todos esses coros. E hoje é a festa dos arcanjos e neles de todos os anjos. Os arcanjos, que a palavra nos fala, são Miguel, Gabriel, Rafael. São Miguel significa “quem como Deus”, na hora que você estiver sendo tentado, o cão atazanando seu juízo, você com vontade de fazer o que não é da vontade de Deus, você tem que invocar são Miguel e dizer “quem como Deus”. Faz de conta que você está sendo tentado agora, O que você vai dizer? Quem como Deus, E você vai dizer isso com São Miguel, o cão morre de medo de são Miguel, o cão foge léguas, pois ele teme são Miguel, ele já o derrotou e derrota de novo, é o anjo que luta pela Igreja de Deus, ele é o padroeiro da Igreja, o protetor da Igreja. Se você é batizado, você é Igreja, e ele é protetor seu também. Você é batizado, é Igreja, se confessa, vai a missa, reza o terço, você é protegido por são Miguel. São Gabriel, que significa “aquele que ama a Deus”, que é apaixonado por Deus, e o que ele faz: ele ajuda a gente a ouvir a voz de Deus. Seja na inspiração que Deus dá, seja através da palavra, do terço, da Eucaristia. É aquele que ajuda a gente, a saber, o que Deus quer para nós. Ao me pedirem para rezar por alguém para saber o que Deus quer para ele, digo que peça ao anjo, a São Gabriel. Eu tenho quatro anjos que fazem estudo bíblico comigo, São Miguel para eu não ser tentado. São Gabriel para ouvir a Deus, São Rafael para a palavra me curar, e ao anjo para ele ouvir direitinho o que Deus quer para mim e não me deixar esquecer.Rafael, é a “cura de Deus”, ao pedir cura espiritual ou física, vou rezar junto com são Rafael, e ele vai me ajudar a obter esta cura. E quem ajuda a gente a fazer a vontade de Deus? O anjo da Guarda, você sabe rezar sua oração? Santo Anjo do Senhor, meu zeloso e guardador, se a ti me confiou a piedade divina, sempre me rege e me guarda, governa e ilumina. amém. O Papa Pio XII, diz: “eu quero vos exortar a despertar para o sentido do mundo invisível”, você está vendo anjo? Não , ninguém vê, pois eles pertencem ao mundo invisível, e é incomum vê-los. O papa continua: “pois as coisas que se vêem são transitórias e as invisíveis são eternas. Peço a vocês que mantenham uma intimidade com os anjos”.São tantos testemunhos, vou dar um deles: certa vez eu ofendi, discuti com uma senhora que vendia sandálias, eu tinha ficado muito brava com ela. Dois dias depois, soube depois que estava hospitalizada, estava para morrer, tentei falar com ela, e a filha disse que ela não queria me receber e não ia dizer qual o hospital dela, ela podia morrer e eu não iria poder pedir perdão a ela. Isso era algo muito grave. Pedi então ao anjo, “santo anjo, eu não sei onde ela está, mas você sabe, me leva até onde ela está”. Passou o tempo, até que uma amiga pediu para eu rezar por sua mãe no hospital. Fui, rezei, e na hora de sair, quando o sininho bateu para sairmos, escuto a voz “esconda-se aqui”, eu devia deixar todos saírem, então me escondi atrás de uma parede e deixei todos descerem. “E agora, de onde veio esta inspiração de me esconder”, quando me viro do lado que eu estava, dei de cara com a mulher que eu precisava pedir perdão. Então falei com ela, ela chorou muito, eu pedi perdão, rezamos juntos, rezei por ela, ela depois ficou curada, saiu do hospital e não houve problema mais. Os anjos nos ajudam a fazer a vontade de Deus, e ele ajuda você também a isto. O papa pio xii, joão xxiii, João paulo ii, quando o papa ia falar com alguém difícil, ele mandava o anjo ir na frente, se o papa fazia isso, você pode fazer também. Um dia ia me conversar com uma pessoa, era uma questão muito difícil, e a pessoa não pôde. Alguns dias depois comecei a pedir ao anjo, para o anjo ir a frente, que ele fosse junto comigo, pois eu precisava enfrentar esta situação. Um dia ao ir para a rádio, encontrei com a pessoa, a pessoa chegou me pegou no braço fomos uma sala, eu pedi ao anjo para ir na frente, ele botou a mão no bolso, e disse que estava armado, e eu disse eu também. Mas a dele era um revolver, a minha era meu anjo e com ele eram miríades de anjos. “Eu não tenho medo do revolver, nem de você, pois você é um filho de Deus, eu mandei meu anjo ir a frente, e sei que seu coração não tem mais ódio e isto é só barulho que você está fazendo para me intimidar, e estou com miríades de anjos comigo, aí ele me deixou e foi embora. Em Natal, tínhamos uma casa muito velha, com portas daquelas grandes, em que tem os ferrolhos em cima em baixo e na outra a chave. Estava no evento, já exausta e cansada, e saí antes do fim do encontro. Ao chegar, “Emmir eu esqueci a chave, você fique na varanda e vou buscar”. Respondo “Vamos pedir ao anjo para ele abrir o ferrolho, demos as mãos e pedimos para eles abrirem”. Pedimos e aí fez “plec” “plec” e as portas se abriram, e pudemos entrar.Às vezes, o anjo livra-nos de perigos, às vezes de acidentes, às vezes de ciladas, é impressionante isso.Descendo do elevador de serviço veio a voz vá pela esquerda, Embora meu carro estava a direita, mesmo assim segui a voz e eu fui pela esquerda. Quando saio, as lajotas caíram mesmo na porta da direita, por onde eu iria, iria cair mesmo sobre mim. Os anjos nos protegem, eles nos ajudam. Em Roma, tomei sem saber, um remédio vencido, e com cinco minutos passei a ter visão dupla, vi-me nada bem, sentia o coração cada vez mais lento, pedi ao Luciano para me levar no quarto, e tentei falar sobre o remédio e não conseguia mais falar. Os meninos da missão vinham me ajudar e diziam que a pulsação estava muito baixa, e o que podiam fazer. E, lá em Roma, para ser atendido precisava do seguro, que estava sem, e lá não poderia ser socorrido, pedi ao anjo , “São Rafael, não tenho seguro, não tenho dinheiro, não tenho o que fazer, não tenho nem como falar, vem em meu socorro”, pedia à São Rafael, e ao meu anjo da guarda, é quando a pulsação volta, e logo mais já fico de pé, a ponto de mais tarde poder ir ao vaticano rezar em agradecimento. O problema para com os anjos é que não acreditamos, achamos que é bobagem, achamos que é crendice. Mas o catecismo diz que eles existem, e estão em torno de Jesus, a seu serviço, e ao nosso serviço. Ajudam-nos, a perdoar, ajudam-nos em nosso matrimônio (neste caso, especialmente São Rafael), ajudam nas conversas, os anjos ajudam-nos a fazer a vontade de Deus. Quando estamos em estado de graça, confessados e sem pecado grave e arrependidos dos leves, os anjos adoram a Deus presente em nós. Mas quando não estamos em estado de graça, os anjos se entristecem, e se afastam de nós, não deixando de cuidar de nós, mas sem poder fazer muita coisa, buscando como puderem fazer-nos voltar à amizade com Deus. Chegando uma vez tarde no Vaticano, precisando me confessar, não havia mais padre, e eu precisando muito, roguei “Santo Anjo, me manda um padre para me confessar, eu não sei, mas você sabe onde tem”. Eu pedi e fui ao altar, pois não basta pedir, é preciso ter fé, e fiquei ali esperando o padre. É quando um homem se aproxima – e eu havia pedido um que falasse português, porque não sabia falar este pecado em outra língua. – O homem me diz em italiano: “desculpe-me você fala em português?” e eu respondendo que sim pergunto “Você é padre?”, “como você sabe?”, pois ele estava sem clergima, “eu pedi ao anjo um padre para me confessar”, e me confessei ali mesmo, e foi uma das melhores confissões, pois o padre estava precisando que depois eu aconselhasse e orasse por ele. E assim o anjo pode voltar a adorar Jesus em mim, Peça a Deus a graça da intimidade com o anjo da guarda, e da intimidade com seus santos anjos, e ele fará de tudo que for preciso para sua salvação. Senhor nos te pedimos que segundo o pedido da tua igreja, de tantos papas, possamos ser pessoas de fé, que usam de todos os recursos, da ajuda de nossos santos anjos que nos destes para nossa salvação. Ajuda-nos a ensinar nossos filhos, netos e familiares a terem a intimidade com os anjos para nossa salvação.

Fonte: Emmir Nogueira, Fundadora da Comunidade Shalom

O mês da Biblia

A Palavra de Deus está sempre ao alcance da mão e do coração de quem segue a Deus. E por moção do Espírito Santo, a Palavra vai transformando o coração das pessoas e moldando a comunidade cristã. É claro, supondo um coração aberto, como de discípulo diante do mestre. O profeta Jeremias fez uma experiência profunda: nas mãos de Deus sentiu-se como um vaso de barro nas mãos do oleiro.
As famílias, os grupos e as comunidades que leem a Bíblia de fato progridem na vivência do Evangelho, em unidade com a vontade de Deus e na comunhão fraterna. A Palavra meditada impulsiona as pessoas a superar o pecado e o azedume, causando certa plenitude espiritual com uma aura de paz e de alegria.
É o encantamento espiritual, a força interior, a capacidade de passar imune pelas tentações que nos rodeiam.
São Francisco de Assis, um dos grandes revolucionários da humanidade, apregoava a vida fraterna em meio ao egoísmo; a vida em Deus, mesmo em meio ao prurido da carne e do consumismo; a alegre adesão à vontade de Deus, vencendo o orgulho e a sede do poder. Quando se chega a uma fraternidade assim, logo se capta o perfume do Evangelho.
Por pedagogia, destinamos o mês de setembro a conhecer a Bíblia. Aliás, primeiro a ter a Bíblia em casa. Depois, a lê-la diariamente. Aprender a meditá-la diante de Deus, num coração orante.
A família aprende a acolher de modo afável seus membros: os pais se relacionam de modo afetivo com os filhos, como Deus, com Seu povo. Os filhos, por sua vez, acolhem os pais de modo pacífico, criando um ambiente sereno e alegre. É o encantamento da família.
É neste ambiente que germinam as vocações cristãs, que se alimentam ideais generosos e se superam obstáculos à felicidade.
Seja feliz! Conheça, leia e medite a Palavra de Deus.


fonte: http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?id=&e=11583

Biblia





Prólogo
A Bíblia é um livro difícil. Difícil porque é antigo, foi escrito por orientais, que têm uma mentalidade bem diferente da greco-romana, da qual nós descendemos. Diversos foram os seus escritores, que viveram entre os anos 1200 a.C. a 100 d.C. Isso, sem contar que foi escrita em línguas hoje inexistentes ou totalmente modificadas, como o hebraico, o grego, o aramaico, fato este que dificulta enormemente uma tradução, pois muitas vezes não se encontram palavras adequadas.
Outra razão para se considerar a Bíblia um livro difícil é que ela foi escrita por muitas pessoas, ás vezes até desconhecidas e em situações concretas as mais diversas. Por isso, para bem entendê-la é necessário colocar-se dentro das situações vividas pelo escritor, o que é de todo impraticável. Quando muito, consegue-se uma aproximação metodológica deste entendimento.
Além do mais, a Bíblia é um livro inspirado e é muito importante saber entender esta inspiração, para haurir com proveito a mensagem subjacente em suas palavras. Dizer que a Bíblia é inspirada não quer dizer que o escritor sagrado (ou hagiógrafo) foi um mero instrumento nas mãos de Deus, recebendo mensagens ao modo psicográfico. É necessário entender o significado mais próprio da 'inspiração' bíblica, assunto que será abordado na continuação.
Entre os católicos, o interesse por conhecer a Bíblia praticamente começou após o Concílio Vaticano II, ou seja, a partir dos anos '60, enquanto os Protestantes há muito se interessam por estudá-la. Não quero adentrar aqui na histórica polêmica religiosa que cerca a leitura e a interpretação da Bíblia, ressuscitando vetustas divergências. Apenas vale salientar que uma série de enganos podem advir de uma interpretação bíblica literal, porque uma interpretação ao "pé da letra" não revela o sentido mais adequado de todas as palavras.
Para que não aconteça conosco incidir neste equívoco, devemos aprender a nos colocar na situação histórica de cada escritor em cada livro, conhecer a situação social concreta da sociedade em que ele viveu, procurar entender o que aquilo significou no seu tempo e só então tentar aplicar a sua mensagem ás nossas circunstâncias atuais.



O que é a Bíblia?
Definição do Concilio Vaticano II:
"A Bíblia é o conjunto de livros que, tendo sido escritos sob a inspiração do Espirito Santo, têm Deus como autor, e como tais foram entregues à Igreja".
TESTAMENTO (novo ou antigo): é a tradução da palavra hebraica "berite" que significa a aliança de Deus com o povo por Moisés. Na tradução dos 70 a palavra "berite" foi traduzida por "diatheke", que em grego quer dizer aliança, contrato, testamento.
OBS: A 'tradução dos 70' é uma das versões mais antigas da Bíblia. Segundo a tradição, este trabalho teria sido realizado por 70 sábios da antiguidade.
Quais as partes que compõem a Bíblia?
A Bíblia se divide em duas partes principais: o Antigo Testamento e o Novo Testamento. O Antigo refere-se ao período anterior a Jesus Cristo e o Novo se refere ao período cristão. Cada uma destas partes se compõe de diversos 'livros', escritos em épocas históricas diferentes. A seguir, a relação dos livros com uma breve referência ao conteúdo deles.
LIVROS DO ANTIGO TESTAMENTO
Pentateuco (cinco primeiros livros: Gênesis, Êxodo, Levitico, Números, Deuteronômio)
Josué (narra a entrada do povo de Deus na Palestina)
Juizes (narra a conquista da Palestina)
I e II de Samuel (relatos da época de Saul e Davi, continuação da conquista)
I e II dos Reis (relatos sobre Salomão e seus sucessores)
I e II das Crônicas (continuação dos relatos sobre os outros Reis)
I e II dos Macabeus (continuação do período dos Reis)
Livro de Rute (faz alusão ao universalismo. Noemi era pagã e se inseriu no povo de Deus).
Livro de Tobias, Livro de Judite, Livro de Ester (pertencem ao gênero de contos. São livros do tempo do exílio, quando se apresentavam exemplos de abnegação ao povo oprimido, convidando-os a suportar o sofrimento).
Livro de Isaías (cap.l a 39 são do próprio escritor; cap. 40 a 55 são de discípulos; cap.56 a 66 são de outros escritores posteriores)
Livro de Jeremias (ditado por este a Baruc, seu secretário)
Livro de Ezequiel (um dos profetas maiores)
Livro de Daniel (tem um conteúdo apocalíptico )
Livro de Jó (do gênero conto, procura demonstrar que não só os bons são felizes. Tem por objetivo combater uma idéia comum de que só os ricos eram os abençoados por Deus).
Livros Sapienciais (Eclesiastes ou Qohelet; Eclesiástico ou Siráside; Provérbios, Sabedoria e Cântico dos Cânticos). São reflexões de cunho acentuadamente humanístico, aproveitamento do saber oriental.
Livro dos Salmos (coleção de cantos litúrgicos).
Profetas Menores: Oséias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias (chamados menores não com relação à sua importância, mas ao tamanho de seus escritos).
LIVROS DO NOVO TESTAMENTO
Evangelhos sinópticos (Mateus, Marcos e Lucas - têm muitas semelhanças entre si ).
Evangelho de João (maior desenvolvimento teórico, influência filosófica de época)
Atos dos Apóstolos (narram a missão dos apóstolos após a Ressurreição de Cristo)
Epístolas de Paulo (historicamente, os primeiros escritos do NT)
Epístolas Católicas (Pedro, Tiago, Judas): dirigidas a todos os fiéis, por isso, universais.
Apocalipse (escrito por João, na base de códigos, símbolos).



Origem e Formação da Bíblia
1. Indícios e evidências históricas
O período histórico da formação da Bíblia situa-se entre 1100 a. C. ou 1200 a. C. a 100 d. C. Provavelmente, a mais antiga parte escrita da Bíblia é o Cântico de Débora, que se encontra no livro dos Juízes (Jz, 5).
Quando os hebreus chegaram a Canaã, já havia na terra um certo desenvolvimento literário, como por exemplo, o alfabeto fenício (do qual se derivou o hebraico), que já existia no século XIV a. C. Os judeus chegaram lá por volta do século XIII a.C. Outro documento desta época é o calendário de Gezér, que data mais ou menos do ano 1000 a.C. É uma indicação de datas para uso dos agricultores. É o documento mais antigo encontrado na Palestina. Outro documento também muito antigo é o sarcófago do Rei Airam, que contém uma inscrição e foi encontrado nos séculos XIV ou XV a. C., em Biblos. Há ainda umas tabuletas encontradas em Ugarit (em 1929), onde estão escritos uns poemas semelhantes aos salmos, datando dos séculos XIV ou XV a. C.
Além destes, há outros documentos provando que já havia uma escrita na Palestina, antes dos hebreus chegarem lá. A inscrição do túmulo de Siloé (700 a. C.), explicando como foi feito; os "óstracon", de Samaria, onde há uma espécie de carta diplomática, são documentos que provam a continuidade de uma atividade literária. Em Juizes 8,14, o autor descreve um acontecimento ocorrido mais ou menos em 1100 a.C. E em que língua foi escrito este fato pela primeira vez, na época em que aconteceu? Provavelmente no alfabeto fenício (pré-hebraico).
2. A tradição oral e a tradição escrita
A parte mais antiga da Bíblia remonta justamente deste tempo (1100 a.C.), quando a escrita ainda não estava bem definida, e é oral. Desde este tempo já se fora criando uma tradição, que existia oralmente e era transmitida aos novos pelos mais velhos nas reuniões que havia nos santuários. Por este tempo, só eram relatados os acontecimentos do deserto, do Sinai, da aliança de Deus com o povo. Mas os jovens queriam saber o que havia acontecido antes disto. Então foram sendo compostas as histórias dos Patriarcas. Mas, e antes deles, antes de Abraão? Passaram à história da criação do mundo. Por isso, se afirma que a parte mais antiga da Bíblia é o Cântico de Débora, no livro dos Juizes. A partir daí, fez-se um retrospecto didático-histórico.
Como dissemos, estas histórias iam sendo passadas oralmente de pai a filho, nos santuários. Acontece que nem todos iam para os mesmos santuários, o que motivou a existência de pequenas diferenças na catequese do norte e na do sul. A tradição do sul foi chamada de JAVISTA (J), pois Deus era tratado sempre por Javé; a do norte se chamou ELOISTA (E), porque Deus era tratado como Eloi.
A tradição oral existiu até os tempos de Daví, quando foi escrita a tradição javista; meio século depois, foi escrita também a eloista. Por volta de 721 a.C., na época, da divisão dos reinos, quando Samaria foi destruída pelos assírios, muitos sacerdotes do norte fugiram para o sul e levaram consigo a sua tradição. A partir de então, as duas foram compiladas num só escrito.
Falamos das duas tradições: uma do norte e outra do sul. Mas não existiam apenas estas duas, que são as principais. Há ainda a DEUTERONOMICA (D), encontrada casualmente em 622 a. C. por pedreiros, que trabalhavam num templo. Corresponde ao livro Deuteronômio da Bíblia atual. Após esta, surgiu a SACERDOTAL (P), nova compilação das catequeses antigas de Israel, datada do século VI a.C. Ao fim, estas quatro tradições foram combinadas entre si e compiladas em 5 volumes, dando origem ao Pentateuco da Bíblia atual. Na tradição Javista, Deus é antropomórfico. Na Sacerdotal, Deus é poderoso, está acima do tempo, o que significa um progresso no conceito de Deus que o povo tinha. A redação do Pentateuco se deu pelo ano 398 a.C. e compreendia a primeira parte da Bíblia judaica.
A partir de Josué, a tradição continuou oral, para ser escrita somente por volta de 550 a.C. E foram escritas do modo como o povo contava. Por isso não se pode dar a mesma importância histórica aos fatos descritos nestes livros em relação a outros posteriores, pois alguns fatos narrados foram baseados na tradição popular, enquanto que outros foram baseados em documentos de arquivos (anais do Reino). Este é um grande desafio para os estudiosos e também uma fonte de divergências.
3. Os Intérpretes - Profetas e Sábios
Durante muito tempo, os profetas foram os orientadores do povo de Deus. Os livros proféticos resumem os seus ensinamentos, e na sua maioria foram escritos só mais tarde, por seus seguidores. Somente por volta do ano 200 a.C. é que foram redigidos os livros proféticos. Os livros Sapienciais foram o resultado de um estilo literário que esteve em moda durante muito tempo, na época posterior ao exílio. São umas reflexões humanistico-religiosas. Passados os profetas, surgiram os sábios que raciocinavam sobre as coisas da natureza, tirando delas ensinamentos para a vida. Foram acrescentados aos livros sagrados nos últimos séculos a.C., sendo os mais recentes livros do AT.
4. A nova tradição da era cristã
O NT não foi escrito com a finalidade de ser acrescentado à Bíblia. No tempo de Cristo e dos Apóstolos, o livro sagrado era apenas o AT. O próprio Jesus Cristo se baseava nele em suas pregações. E Ele mandou apenas pregar, e não escrever. Foi quando uma nova tradição oral foi se formando. E após a morte de Cristo, os apóstolos saíram pregando.
Mas veio a necessidade de congregar outras pessoas para o anúncio, em vista do grande número de comunidades existentes. Então, começaram a escrever. Mais tarde, com a aceitação também de cidadãos estrangeiros nas comunidades, a mensagem precisou ser traduzida e adaptada. Além disso, o próprio povo necessitava de uma escrita (doutrina escrita) para se conservar una, após a morte dos Apóstolos. Esta redação, no início, era apenas de alguns escritos esparsos, que só depois de algum tempo foram juntos em livros. Exemplo disso está em Mc 2, uma série de disputas de JC com os Judeus, onde se vê claramente que foi recolhida de escritos separados. Também em João se lê: "Muitas outras coisas Jesus fez que não foram escritas..." (Jo 21,24) Isto significa que só foram escritas aquelas mensagens que teriam utilidade, conforme as necessidades momentâneas.
O evangelho de Marcos, o primeiro a ser escrito, data dos anos 60 ou 70 d.C.; os de Lucas e Mateus, são de 70 ou 80, o que significa que somente após uns 40 anos da morte de JC sua palavra começou a ser escrita. 0 Evangelho de João só foi escrito em torno do ano 100 d.C. Antigamente, se acreditava ser Mateus o autor do primeiro Evangelho. Mas a critica histórica mostra que o de Marcos foi anterior. Aliás, a respeito deste evangelho de Mateus, não se sabe ao certo quem é o seu autor. Foi atribuído a Mateus, apenas por uma tradição e também por uma praxe da época de se atribuir um escrito a alguém mais conhecido e famoso, para que a obra tivesse mais autoridade.
5. Entendendo algumas dificuldades concretas
Durante o tempo anterior á escrita dos Evangelhos, havia apenas a pregação dos Apóstolos, recordando os fatos da vida de Cristo, todavia eram fatos esparsos, sem nenhuma preocupação com seqüência ou unidade. Por isso os Evangelhos, que foram esta pregação escrita, se contradizem em algumas datas, o que mostra a pouca importância dada à cronologia. Os fatos eram recordados e aplicados, conforme as necessidades. Assim, até entre os Evangelhos sinóticos, que seguiram a mesma fonte, há diversificações. Por exemplo, no Sermão da Montanha, em Lucas fala "bem aventurados os pobres"; e em Mateus, "bem aventurados os pobres de espírito". A diferença consiste no seguinte: Lucas deu um sentido social, mais importante para as comunidades gregas, para as quais escrevia. Mas o de Mateus destinava-se às comunidades judias e queria combater uma doutrina dos judeus que tinham uma idéia falsa de pobreza. Para eles, o próprio fato de a pessoa ser pobre, já lhe garantia a salvação, enquanto outra pessoa, pelo simples fato de ser rica, já estava condenada. Por causa disso ele escreveu "pobres de espírito".
Outro ponto de discordância é o caso da cura de um cego. Mateus diz "um cego, na saída de Jericó"; e Lucas "dois cegos, na entrada de Jericó". 0 fato da 'entrada' e 'saída' pode ser explicado pela existência de duas cidades chamadas Jericó. 0 fato de serem um ou mais cegos explica-se pelo seguinte: era comum naquele tempo os cegos formarem grupos em torno de um cego-lider; e o nome deste geralmente era o do grupo. No entanto, estes detalhes pouco importam ao evangelho. 0 seu interesse é a apresentação da mensagem (evangélion = boa nova).
6. A fonte comum
Os Evangelistas sinóticos se basearam no Evangelho de Marcos e noutra fonte, convencionada por fonte "Q", simbolizando os inúmeros escritos esparsos de que já tratamos. Espalharam cópias destes por outras partes do mundo. Lucas, Mateus, cada um em lugares diferentes, se inspiraram nos escritos disponíveis e inclusive no evangelho de Marcos, que na época já havia sido escrito. O fato do primeiro Evangelho ser atribuído anteriormente a Mateus se deve a uma afirmação de Eusébio de que Mateus escrevera a "logia" do Senhor em aramaico. Mas a crítica histórica provou que o Evangelho que conhecemos não traz apenas a "logia" do Senhor e não foi escrito em aramaico, e sim em grego. Portanto a noticia de Eusébio se refere a outro escrito, e não a este evangelho. Nada impede, porém, que tenha sido escrito por discípulos de Mateus e atribuído ao Mestre. Aliás, a respeito de "Evangelho", o primeiro a usar esta palavra para indicar as memórias dos Apóstolos foi S. Justino, em 130 d.C.
7. As Cartas
As cartas de Paulo foram enviadas para serem lidas em público. Em I Tes 5, 27 há uma alusão a isto. Havia também o intercâmbio das cartas, como se lê em Col 4,16: "mostrem esta carta para Laodicéia e tragam a de lá para vocês". Aos poucos as cartas foram colecionadas, e no fim do I século já se tem notícia delas, quando em II Ped 3,15 se lê: "...nosso irmão Paulo vos escreveu conforme o dom que lhe foi dado... " As cartas de Paulo foram os primeiros escritos do NT. Não se sabe quando os Evangelhos e elas foram acoplados, mas já no fim do I século estavam reunidos num só livro.
As Epistolas Católicas (universais) são chamadas assim por se destinarem à Igreja em geral, e não a tal ou qual comunidade, como fizera Paulo. Elas também se originaram da necessidade pastoral, e já no começo do II século estavam incorporadas aos outros escritos do NT. Os Atos dos Apóstolos podem ser considerados a continuação do terceiro Evangelho, pois também foi escrito por Lucas. E o Apocalipse de S.João, livro profético, foi acrescentado por último.
Nos escritos do NT, freqüentemente se encontram citações do AT. É que muitas vezes os Apóstolos queriam tirar dúvidas sobre certas passagens, que tinham falsa interpretação. Nas assembléias, eram lidos escritos do AT e do NT, para explicá-los. Exemplo disto temos em I Tes 4,15; I Cor 7,10.25.40; At 15, 28; I Tim 5,18; Lc 10,7.
8. O Cânon Sagrado
No século IV, a Igreja se reuniu em Concilio em Nicéia, e uma das tarefas era organizar o "cânon", ou a lista de livros sagrados considerados autênticos. Neste Concilio, os livros foram estudados e se investigou quais os que sempre foram lidos nos cultos e sempre foram considerados legítimos. E se estabeleceu a ordem ainda hoje conservada. O motivo pelo qual alguns livros foram postos em dúvida era a grande quantidade de livros apócrifos, que fazia com que se duvidasse dos verdadeiros. Havia muitos livros que os judeus não aceitavam. Então os Ss. Padres ponderaram os prós e contras e definiram a lista que foi aprovada.






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